Mas se for pra falar de algo bom, eu sempre vou lembrar de você!
Não é nada relacionado a você, pelo menos não deveria ser
Não concordo com aquela frase que diz que na vida só mudam as personagens, as vezes até concordava, porque ao final os sentimentos provocam as mesmas atitudes, ou vice e versa, mas que seja e enfim.
Todas as desilusões me remetem a você.
Parabéns, você conseguiu a atenção surpreendente que um coadjuvante as vezes consegue, e o foco que o ator principal sempre está fadado a ter. Tudo isso sem participar, e nem se dar ao trabalho. Tudo isso sem sair do espaço que pela nossa própria sanidade, não deveria ser mais seu.
Mas parabéns, meu contaminador, exemplar de expansão e ladrão da noite.
O arrepio é só seu.
O cansaço é pra você, o dizer que a vida é assim mesmo e que a espera na pele parece sinônimo de eternidade, é pra você. E olha que nem espero, apenas vivo, e ela não parou por ti, só se tornou menos minha.
Sinto em dizer mas, os móveis ainda estão no lugar, a poeira é a mesma, os quadros tortos, as fotos antigas e o silêncio de voz, as vezes o rádio está ligado, e as vezes naquela música. A porta aberta, o vento faz as palavras voarem, mas elas sempre voltam para aquele livro prometido, que faltam páginas, que inexiste, inacabado. A casa é sua.
Anfitrião, viajante.



Silêncio

Não há mais palavras
Mas nada mudou
E quando não sei por onde ir, 
eu sei que por aqui eu chego até você.

As palavras acabaram, 
mas eu ainda tenho a dizer: você se lembra ? 
tudo estava onde deveria estar
pois estavamos ainda, um ao outro.

Mas eu não esqueço, você sabe que não.
Quero que vá embora esse silêncio, e ainda sem nada mudar, que ao mínimo eu ainda saiba que seu coração diz: te espero.
Me diz.

Reconstrói –me


Encaixa os vazios, das peças espalhadas
Faz da distância, um violeiro só
E deixa ir embora a fixação do o tempo, que te prendeu aqui

Leva contigo o teu silêncio, que trancou minha voz

E recolhe o carinho que sobrou da tua precisão

Amanhã, quando a luz iluminar seu coração
Traz de volta a saudade que nunca te deixou

Mas enquanto isso
Deixa-me com o teu sorriso
Deixa seu respirar, mesmo longe, me reconstruir

E deixa-me teu olhar, que no primeiro pensamento do dia,
Na inexistência do teu coração eu digo: menos um dia até lá.